Uma viagem ao Senegal não costuma estar na prioridade da lista de turistas brasileiros, mas o país esconde atrações naturais e culturais surpreendentes.
Terra do verão eterno, do sorriso sincero, do batuque frenético, Senegal raramente permeia o inconsciente dos brasileiros como destino de viagem além de aventureiros e apreciadores dos rallies, quando Dakar, capital senegalesa, era a linha de chegada da competição mais famosa do mundo.
O país dos gigantescos baobás, das praias de areia dourada bordadas por palmeiras, dos bolongs (canais de água salgada) que serpenteiam entre os manguezais de Sine-Saloum e Casamance, das notórias marcas históricas do comércio escravagista vem pouco a pouco atraindo a atenção de turistas em busca de aventura, contato com a natureza e experiências autênticas.
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Viagem ao Senegal: 10 motivos para se encantar
Setenta e cinco por cento da população moram na capital, Dakar, a cidade mais ocidental do continente africano, as duas línguas oficiais são wolof (maior grupo étnico do país) e francês, herança dos antigos colonizadores.
Espanhóis, franceses, ingleses e italianos já desbravam o destino há décadas, atraídos pelo pacote verão, praia e preços excelentes para a qualidade dos hotéis e serviços disponíveis. Os dez motivos abaixo farão você colocar o Senegal na sua “watch list”, por já despontar nas listas de destinos autênticos para visitar.
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Emocionar-se na Ilha Gorée é a primeira parte da viagem ao Senegal
Antigo posto de comércio escravagista, a ilha tornou-se Patrimônio da Humanidade e a Maison des Esclaves (Casa dos Escravos) mantém-se como testemunho de 300 anos de sofrimento de milhares de africanos traficados para as Américas nos navios negreiros. Barack Obama, Nelson Mandela e Papa João Paulo II são alguns líderes que visitaram o local.
Depois passeie pelas ruelas de areia batida, visite as barracas e oficinas de artesanato antes de pegar o barco de volta à capital Dakar para conhecer o trabalho incrível do escultor senegalês Ousmane Sow no museu dedicado a ele e aprender sobre a cultura africana no Museu Ifan. Termine o dia saboreando carne de caça e suco de bissak no restaurante africano La Calebasse.
Surpreender-se com o Lago Rosa, cartão postal do Senegal
Famoso nos álbuns de fotos sobre lugares surreais, o Lake Retba fica a 40km de Dakar, um lago separado do oceano por dunas gigantes cuja água salgada tinge-se de cor de rosa graças à presença da bactéria Dunaliella salina, que produz essa cor para absorver a luz solar. Na estação seca entre novembro e junho, a cor está mais vívida, então programe-se para visitá-lo nesta época, de preferência próximo do meio dia, quando a incidência solar está a pico.
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Interagir com o povo senegalês
Alegres, amáveis e hospitaleiros. Numa nação onde a democracia é estável e as religiões coexistem em harmonia, conhecer o Senegal trará ao visitante a oportunidade de vivenciar o que o país tem de melhor, a Teranga, palavra no idioma local Wolof para o espírito senegalês que define a hospitalidade genuína, arraigada na cultura nacional, o valor mais importante para o nativo.
Explorar a pitoresca St. Louis
Classificada como Patrimônio Unesco da Humanidade, a primeira capital do Senegal traz remanescentes do passado colonial francês, especialmente na arquitetura colorida de sobrados com balcões de ferro forjado. Imprescindível visitar o centro histórico salpicado de casas tradicionais e o distrito dos pescadores, a ponte de Faidherbe, o Parque Nacional de La Lengua de la Barbarie e o Parque Nacional das aves de Djoudi.
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Ver a vida selvagem de perto em um safári na Reserva Particular de Bandia
Entre Dakar e Saly, a Reserva Particular de Bandia engloba 3.500 hectares de savana protegida onde vivem antílopes derbianos, rinoceronte, girafas, búfalos, zebras, avestruzes, javalis e outros mamíferos e mais uma centena de espécies de aves. Safáris em jipes abertos levam turistas a passeios pela reserva para observação dos animais. Aproveite para almoçar com a família no restaurante da propriedade, conhecido pela qualidade de sua cozinha, para comer churrasco de carne de caça na companhia de tecelões amarelos enquanto olha os crocodilos lá embaixo no rio.
Encher a mala com artesanato local
Esculturas e máscaras em madeira, bijuterias coloridas, roupas típicas estampadas, cestaria, tambores, quadros de areia são algumas das lembranças que você pode trazer do Senegal quando visita mercados locais como o Soumbédioune Craft Village e oficinas de arte locais. Lembre-se de pechinchar muito, não tenha medo de pedir 10% do valor original pedido e vá negociando de pouco em pouco.
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Apreciar a mística e poderosa Luta Senegalesa
Esporte nacional, a luta senegalesa é mais reverenciada que o futebol e milhares de meninos sonham em se tornarem campeões para fugir da pobreza. Conhecida como “Laamb” na língua nativa Wolof, envolve rituais religiosos para aumentar os superpoderes dos lutadores antes da luta e sua origem remonta aos guerreiros Serer que a praticavam como treinamento de guerra. No século XIV, Boukar Djillakh Faye tornou-se um lutador famoso e, desde então o esporte escalou para movimentar milhões de dólares anualmente.
Se você não estiver no país em época de campeonato, observe os jovens treinando na praia ao entardecer.
Aventurar-se no alto de baobás
Chamada Árvore da Vida e orgulho da nação, os baobás misturam-se às linhas do horizonte em todo o país e cada vilarejo diz ter a árvore mais antiga do país. Multicentenárias e sagradas, chegam a alcançar 30 metros de altura e é embaixo delas onde moradores dos povoados reúnem-se diariamente para bater papo, realizar festas e rituais religiosos.
Aventureiros podem fazer Accrobaobab no único parque no mundo construído em baobás e não deixe de provar o suco da fruta do baobá, ótima fonte de vitamina C e os nativos dizem que melhora o sistema imunológico e digestivo.
Pegar aquele bronzeado em Saly
Resort praiano especialmente para franceses desde os anos 70, Saly já atrai a atenção de espanhóis e ingleses também, em busca de sol, mar e excelentes preços, já que as diárias dos hotéis são bem menores quando comparadas à hotelaria no Mediterrâneo ou no Caribe.
A 85km da capital Dakar, Saly é excelente opção para usar como base para desbravar as principais atrações naturais nos arredores e depois descansar à beira-mar e apreciar o entardecer rubro-dourado sobre o Atlântico.
Enebriar-se com o canto dos pássaros ao entardecer no Delta do Saloum
Patrimônio Natural da Humanidade, o Parque Nacional do Delta do Saloum é considerado um dos mais ricos do mundo, residência de centenas de espécies de pássaros, o segundo maior paraíso do mundo para ornitólogos.
Navegando a bordo de uma pirogue, típica canoa senegalesa, vamos cortando os canais entre manguezais delta ao ocaso até chegar no local onde cegonhas, andorinhas e outros pássaros migratórios descansam.
Melhor época para ir ao Senegal
A estação seca vai de novembro a maio e as temperaturas são mais amenas, por volta dos 25 graus Celsius. A estação chuvosa acontece de junho a outubro e os termômetros chegam aos 30 graus Celsius ou mais. Eu fui no final de outubro quando as chuvas já haviam acabado e a vegetação ainda estava verdejante.
Dicas essenciais Adri Lage para visitar o Senegal
Contrate um guia para fazer os tours e facilitar a sua vida. O trânsito caótico e as estradas mal sinalizadas podem atrasar sua viagem.
Cuidado com a água e o gelo, tome apenas água de garrafa e evite bebidas com gelo em lugares mais simples. No último dia da viagem peguei uma gastroenterite e não sei se foi transmitida por outra pessoa do grupo ou se foi algo que eu digeri.
Puxe papo com os senegaleses, eles costumam ser bem simpáticos e adoram interagir com estrangeiros.
Antes de fotografar alguém, peça permissão, tire foto junto com a pessoa, elogie-a!
Senegal é um país muçulmano, mas super liberal, não há necessidade de cobrir todo o corpo como nos países do Oriente Médio.
Recomendo tomar vacina contra febre tifoide e febre amarela, mesmo que elas não sejam obrigatórias para entrar no país.
Onde ficar no Senegal
EM DAKKAR
King Fahd Palace Hotel é o primeiro cinco estrelas do país, com suítes amplas que estão sendo renovadas, piscina, campo de golfe e acesso à praia. Diárias a partir de US$ 150. Veja promoções aqui.
Radisson Blu Hotel é o mais novo empreendimento hoteleiro de luxo do país, próximo ao aeroporto, fora do centro de Dakar. Diárias a partir de US$ 350. Veja promoções aqui.
EM SALY
Lamantin Beach Resort & Spa, o grande resort tem bangalôs que remetem às casas típicas senegalesas e para quem deseja mais privacidade, o Le Blue Bay tem apenas 20 suítes eco-chic e piscina exclusiva. Eu me hospedei no Lamantin. Diárias a partir de US$ 250. Veja promoções aqui.
Rhino Resort Hotel & Spa, o hotel boutique com apenas 26 suítes está a 500m da praia, hospeda celebridades e orgulha-se de seu premiadíssimo spa. Diárias a partir de US$ 150. Veja promoções aqui.
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Foto de capa Adriana Lage.
Agradecimento à Cardinália Comunicación e ao Turismo de Senegal pelo convite para realizar essa viagem repleta de emoções!
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