O que eu aprendi em 9 meses de viagem pelo sudeste asiático. Muitas pessoas me perguntam como eu consigo viajar tanto tempo. Começo com uma breve introdução para contextualizar o cenário e, mais abaixo, enumero as lições que tenho aprendido nessa viagem, diversas mas não exaustivas.
Viajar pelo mundo, um sonho de infância
Desde muito jovem sou fascinada pelo mundo, viajando em meus pensamentos por meio de livros e revistas de viagem, arquitetura, fotografia e aventura. Colecionei a Viagem e Turismo desde a 1ª edição com Nova York na capa. Reservava parte de meu salário para assinar a televisão a cabo quando chegou no Brasil, produto ainda caro na época nos idos anos 1990. E construí minha vida de maneira convencional, trabalhando e guardando dinheiro para viajar.
No entanto, nunca conseguira passar mais do que 30 dias fora em cada viagem, mesmo tendo a flexibilidade para viajar várias vezes por ano. Uma única vez emendei dois destinos, Egito e Austrália, e permaneci 50 dias no exterior. Os dias voaram.
Era um sonho impossível passar um ano fora em um intercâmbio quando adolescente e, já adulta, evolui para uma volta ao mundo nada impossível. Mas minhas raízes não me permitiam fazer isso. Um bom trabalho, um amor, falta de reserva financeira suficiente, casa e contas para pagar. Ora uma coisa, ora outra, ora uma combinação delas. E eu era feliz dando minhas escapadelas para respirar o mundo. O tempo foi passando. Me planejei e me estruturei.
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Realizando o desejo: a viagem pelo sudeste asiático
Certo dia percebi que chegara a hora de realizar meu sonho de colocar as rodinhas no pé e sair pelo mundo. Resumindo, não havia mais raízes. Algumas se desfizeram, outras eu me desfiz. Eu estava livre de qualquer compromisso no Brasil.
O coração acelerou e decidi fazer uma viagem pela Ásia. Providenciei logo a passagem para não desistir da escolha. Partiria em dois meses para Bangcoc, na Tailândia. Marquei o retorno para quatro meses depois, numa atitude racional de segurança, estabelecendo um prazo caso eu não me adaptasse aos costumes do continente e à nova rotina.
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Então me despedi de São Paulo olhando pela janela do avião, as luzes da metrópole se distanciando, como se fosse meu passado ficando longe, etéreo, um ponto intangível no continente. Era noite do dia 15 de novembro de 2016, proclamação da minha própria república e aniversário do meu pai, a quem roguei proteção lá do alto. Minha viagem pelo sudeste asiático começava.
Expectativa nas nuvens, controlando a ansiedade e o medo, mas numa felicidade que tomou conta de mim face às novas oportunidades. Meu desejo, contudo, era não regressar. Em minhas fantasias, me via comprando passagem só de ida, de uma cidade a outro novo destino.
Eis que estou aqui, em Hué, no centro do Vietnã, há exatos nove meses. Não regressei ao Brasil, tampouco senti os dias transcorrerem com tanta rapidez. Vejo que aquelas tais fantasias são realidade.
E hoje parei para colocar no papel algumas das lições que essa viagem pelo sudeste asiático tem me ensinado.
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9 meses de viagem pelo sudeste asiático:
as lições que aprendi
Sonhos e pessoas
As aspirações e os sonhos do ser humano são universais.
Os problemas e os desafios do ser humano são universais.
Em qualquer lugar do mundo, as pessoas trabalham para ter um teto onde se proteger e comida para se alimentar.
A capacidade do ser humano em se adaptar aos revezes da vida é universal.
A capacidade do ser humano em utilizar a matéria-prima local é sensacional.
O ser humano tem a competência para construir obras fantásticas.
O ser humano tem a crueldade para destruir sociedades inteiras.
Os chineses já dominaram o mundo. Estão em todos os lugares e isso é assustador.
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Todo império um dia desmorona.
Toda guerra um dia chega ao fim.
Todo problema um dia chega ao fim.
Você cruza o oceano e o problema vai junto contigo.
O problema desaparece quando você o resolve dentro de si mesmo.
Existe bondade no mundo.
A Ásia tem pessoas maravilhosas.
A Ásia tem pessoas interesseiras e mentirosas.
As condições de trabalho sub-humanas dos artesãos asiáticos são chocantes.
O artesanato maravilhoso que esses homens e mulheres produzem não tem preço.
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A sabedoria dos homens humildes não tem preço.
Humildade é fundamental.
Barganhar é primordial.
Comprar lembranças de viagem não é essencial.
Viajar pela Ásia
Viajar pela Ásia é fácil, muito fácil, mas muito fácil mesmo.
Faz calor na Ásia, muito calor, mas muito calor mesmo.
A gastronomia na Ásia é apimentada, muito apimentada, mas muito apimentada mesmo.
Os asiáticos não têm noção de espaço.
Google Maps e Google Tradutor são as ferramentas mais necessárias na Ásia.
Turismo na Ásia pode ser muito barato ou nem tanto.
É impossível aprender tudo sobre a Ásia em apenas um ano de viagem.
Você não precisa fazer mochilão na Ásia por um ano. É possível viajar com mais conforto.
Eu não tenho perfil para fazer mochilão na Ásia. E tudo bem eu ser assim.
É seguro viajar pela Ásia, mas tome suas precauções.
Não viaje sem seguro saúde viagem.
Torça para não precisar usar seu seguro viagem.
A fé budista torna a população pacífica. E é libertador sentir essa paz.
Na Ásia não tenho medo de assalto à mão armada. Isso não existe.
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Viagem e companhia
Viajar sem compromisso é libertador.
Eu não me canso de viajar.
Viajar cansa.
Aprender na prática sobre novas culturas é engrandecedor.
Muita informação nova cansa.
Descansar é bom demais.
Viajar acompanhado é maravilhoso.
Viajar sozinho é maravilhoso.
Você nunca viaja sozinho se está conectado nas redes sociais.
O Whatsapp nunca deixa você se sentir sozinho.
Sobrinhos conversam com você pelo Whatsapp como se estivéssemos todos no mesmo ambiente.
Seus amigos e seguidores do Instagram não te deixam se sentir sozinho.
Seguidores virtuais do Instagram viram amigos reais.
Se quiser realmente ficar sozinho, deixe o celular no hotel.
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Liberdade de ir, vir, pensar e agir
Conhecer pouco de muitos países é legal.
Conhecer muito de poucos países é melhor ainda.
Planejar antecipadamente cada detalhe de uma viagem é perfeito.
Planejar apenas o dia de hoje de uma viagem é libertador.
Viver apenas o dia de hoje é libertador.
Sempre haverá um quarto de hotel disponível para a data de hoje.
Tudo bem se eu não gostar de todas as atrações de um destino.
Algumas pessoas afirmam que certos programas são micos. Você vai e adora.
Algumas pessoas adoram certos programas. Você vai e acha mico.
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Eu definitivamente não gosto de fazer tours em grupos.
É essencial contratar um guia para te falar sobre uma atração.
É libertador ler muito a respeito de uma atração para você não depender do horário corrido de um guia.
Quem muito corre, nada vê.
Quanto mais tempo fico numa determinada atração, mais percebo os detalhes que não vi à primeira vista.
Eu não me canso de ver templos.
Caminhar é a melhor maneira de explorar uma cidade.
Caminhar muito cansa.
Andar de scooter na Ásia é muito fácil. O segredo é dirigir devagar.
Andar de scooter enche minha alma de um sentimento de liberdade e eu adoro.
Tudo bem se eu não provar comida de rua na Ásia. Eu não passei mal um dia sequer e estou feliz com isso.
Eu não me adaptei à culinária asiática gordurosa e condimentada. E tudo bem eu ser assim.
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Eu amo atrações turísticas aonde todo mundo vai. E tudo bem eu ser assim.
Eu amo atrações turísticas aonde quase ninguém vai. E tudo bem eu ser assim.
Eu amo arquitetura antiga e tradicional.
Eu amo arquitetura moderna e futurística.
Eu amo cidade grande e pequena.
Eu amo praia e montanha.
Eu sou eclética e amo isso.
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Nascer ou pôr do sol?
Eu tenho perfil para assistir ao pôr do sol todos os dias.
Eu tenho perfil para assistir ao nascer do sol muito raramente.
Ver o sol nascer em Angkor Wat, no Camboja, não tem preço.
Ver o sol nascer em Borobudur, na Indonésia, não tem preço.
Acho lindo ver o nascer do sol do alto de um vulcão, mas não vou acordar às 2h da manhã para subir a montanha e correr o risco de amanhecer nublado.
Ver o pôr do sol deveria ser compromisso diário de todos os habitantes no planeta.
Ver o pôr do sol todo dia não tem preço. E tudo bem se estiver nublado naquele dia.
Ver o pôr do sol na praia é o melhor programa da vida.
Do mais exclusivo ao mais popular
A Ásia tem lugares únicos surpreendentes.
A Ásia tem lugares triviais nada surpreendentes.
Não precisa vir à Ásia só para conhecer as praias mais bonitas. O Caribe é mais perto.
As melhores experiências que vivi foram nos lugares mais exclusivos.
As melhores experiências que vivi foram nos lugares mais simples.
Os presentes mais surpreendentes que ganhei vieram de pessoas que conheci nos lugares mais exclusivos.
Os presentes mais emocionantes que ganhei vieram de pessoas que conheci nos lugares mais simples.
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É maravilhoso se hospedar num hotel cinco estrelas cercada de mimos.
É maravilhoso se hospedar numa guesthouse e ser recebida como amigo da casa.
Em guesthouses conhecemos a hospitalidade e a realidade de muitos cidadãos do país.
Em hotéis cinco estrelas conhecemos o conforto e a realidade de poucos cidadãos do país.
O luxo está na simplicidade.
A liberdade está na simplicidade.
A felicidade está na liberdade.
A felicidade está na simplicidade.
Concluindo sobre minha viagem pelo sudeste asiático
Um chapéu colorido faz toda a diferença numa foto bacana.
Tudo bem só apreciar o momento e não se preocupar em tirar fotos.
As melhores lembranças são as experiências vividas.
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Sempre haverá um perrengue na viagem.
Todo perrengue vira história de viagem.
Há perrengues que são desafios e valem a viagem.
Em algum momento você pagará um mico na viagem.
Todo mico vira história de viagem.
Em algum momento você passará um susto na viagem.
Todo susto traz um ensinamento de viagem.
Tenha calma. Tudo dá certo no final.
A melhor experiência é fazer aquilo que seu coração pede.
A vida que levamos é a vida que escolhemos.
E eu estou vivendo a vida que escolhi.
Que venham os próximos nove meses.
Quanto mais escrevo, mais aprendizados surgem, então estou dividindo minhas impressões sobre a viagem pelo sudeste asiático em posts temáticos.
Estas são minhas opiniões pessoais e você não precisa concordar com todas elas. Tomara que não! O mundo está ficando muito igual. Adoraria ouvir suas experiências, me conte nos comentários.
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Viagem pelo sudeste asiático: quais países você sonha conhecer?
Bom dia! E o custo? Vc não comentou… Quanto eu gastaria sozinha?
oi Valéria, depende muito do país e que estilo de viagem você quer fazer.
Vou te mandar um email.
bjs
Delicia de relato Adri !
Tenho fixaçāo asiática ( acho que é ancestral ) , e poder te acompanhar nas aventuras é uma bençāo !
Nenhum lugar proporciona mais crescimento pessoal do que o Sudeste Asiático, onde nossas referencias pessoais servem para nada 😉
Obrigada Sylvia!
A Ásia é um caldeirão de culturas, religiões, gastronomia, pessoas, paisagens e experiências maravilhosas!
É uma delícia sorver tudo isso devagar, sem pressa, e assim sentir no fundo do coração!
Bom demais ter sua companhia virtual que parece presencial! <3
Beijos
Dri, é emocionante ler suas experiências!! Sinto que estou com você vivendo tudo isso!! Até consigo ver seu sorriso ao escrever. Acordo com vontade de saber o que você nos trouxe para o dia. Fico imensamente feliz por ver sua felicidade, por sentir que está vivendo uma experiência única, por viver o que sempre quis. Você merece cada instante de felicidade que o mundo está te proporcionando. Sei que também está deixando um pouco de si em tudo e em todos os que passam pelo seu caminho, pois você é luz! Seja feliz em todos os lugares em que for e, principalmente, dentro de si!! Te amo e um dia estarei com você nas viagens que sempre sonhei realizar contigo.
Linda…. choreeeei com suas palavras! Obrigada do fundo do coração!
Agradeço a Deus por ter você perto de mim! Você é luz no meu caminho! E você merece em dobro a felicidade do mundo!
Logo logo faremos essa viagem! 2018 que nos aguarde!
Amei esse texto dri seu brilho ilumina cada palavra e o caminho se faz nas nossas escolhas. Que venham mais 9 meses bjs
oi Dani!
obrigada pelas palavras! Felicidades para nós! bjs
Quanta riqueza vestida de aprendizado! Fiquei emocionadíssima com relato das suas experiências.
E para minha felicidade, até me senti contemplada em um pedacinho dela. Depois de te acompanhar por tantos meses, foi muito bom te conhecer naquele clima de Brasil, no meio de Bali.
Muita luz e positividade na sua jornada, independente da localização geográfica.
Sigo acompanhando tudo e me inspirando MUITO em você. Bjo grande!
oi Tere!
obrigada pelo carinho e por tanta energia boa!
Adorei te conhecer e vamos nos rever em breve em algum canto do mundo!
Que essa luz se estenda por todo o seu caminho!
beijo no coração!
Adriana, li seu post e curti muito, pq em 2009 larguei 14 anos de empresa p uma aventura de 12 meses na Asia e como voce tive varias impressoes positivas e negativas de la. Que bom! Ing and Yang. Equilibrio. Mas no meu caso, mais positivas.
A Asia eh a oportunidade de estar proximo do novo e do antigo intensamente e o melhor, de conhecer a nós mesmos diante dessas experiências tão inovadoras.
Muito bom desmestificar a violencia, pois a nossa essencia eh boa!
Eu conheci meu namorando, um viking escoces :-), ha 7 anos, vendo o por do sol em Pre Rup/Cambodia e claro, me emocionei com sua ultima foto!
Escreveria ou conversaria mais e mais…
Parabens pelo texto. Simples, objetivo e pq nao poético?
Parabens pela coragem!
Boa sorte com a vida.
oi Re!
me arrepiei e me emocionei com seu comentário! Obrigada pelas palavras!
Você reconheceu a foto do poente em Pre Rup! Que lindo encontro você teve!
Quero saber mais! Vou escrever para você!
beijos no coração!
Olá Adriana, tudo bem? Li o seu relato sobre sua viagem de 9 meses pela Ásia. Achei sensacional, me emocionou bastante.
Daqui a 30 dia embarco para o sudeste asiático, tenho planos de ficar 8 meses. Obrigado pela inspiração.
Abraço, Leandro.
Oi Leandro, feliz demais em ouvir isso de você!
A minha palavra é sempre Inspiração, busco inspirar vocês a sairem e explorarem o mundo!
Ler vocë usando “inspiração” é um grande presente!
Aproveite muito a viagem! Você nunca mais será o mesmo!
beijos