Sidi Bou Said, Tunísia, a cidade mais pitoresca da minha viagem ao país, com ares da ilha grega de Santorini.
Em 2010, resolvi levar minha mãe para passar as festas de fim de ano de maneira original: na Tunísia. Conhecida como a riviera dos italianos, eles lotam as praias do Mediterrâneo durante o verão e divertem-se com os preços baixos deste pequeno país africano, mistura das culturas árabe e francesa.
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O voo seria longo, escalas no Rio de Janeiro desde São Paulo, e depois 10 horas em Paris. Nada mal para duas mulheres que adoram uma desculpa para fazer compras. Haveria tempo suficiente para sair do aeroporto e fazer umas compras no outlet perto do Aeroporto Internacional de Charles de Gaulle, em Roissy.
Mas esse plano não deu certo. São Pedro não colaborou. O voo atrasou muito no Rio de Janeiro e não havia tempo suficiente para as compras. Para completar, nevava muito em Paris e tivemos que aguardar mais 10h até a aeronave decolar para Tunis, a capital da Tunísia.
A chegada em Sidi Bou Said, Tunísia
Chegamos em Túnis às 5h30 depois de 2h15 de voo. Quando saímos do aeroporto, um taxista nos abordou oferecendo nos levar onde quiséssemos. Ignoramos e seguimos em direção ao ponto e, apesar de haver outras pessoas na fila, ele trouxe o carro e quis levar a gente. Por que será?
Negociamos 25 dinares, incluindo as malas. Perguntou de onde éramos, se eu era casada, se o marido era bom, se eu tinha filhos e pediu 30 dinares. “Mas não combinamos 25?” Essas perguntas são de praxe nos países árabes, esteja preparado, principalmente se você for mulher.
Escolhi ficar em Sidi Bou Said por causa do charme da cidade à beira-mar e inteirinha branca, repleta de janelas e portas coloridas. Um lugar encantador.
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Aportamos no hotel às 6h30 da manhã e descobrimos ainda uma ladeira para subir com as malas. Carros não entram porque o hotel fica na cidade antiga. Outro moço se ofereceu para nos guiar, uns 50 metros e até ajudou a carregar as malas… E não cobrou nada! Nossa, quanta gentileza! Estou começando a gostar deste país.
No entanto, o que mais desejávamos nesse momento era um banho quente e embarcamos em um sono de 12h. Quando acordamos às seis da tarde já estava escuro.
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Sidi Bou Said, restaurantes onde almoçar ou jantar
Era véspera de Natal, então buscamos um lugar bacana para jantar, o Au Bon Vieux Temps. Pequeno e aconchegante, tem um terraço muito romântico com uma fonte no centro.
Antiga residência do escritor francês André Gide, o restaurante apresenta menu com pratos locais e europeus, mas os peixes são as estrelas do cardápio. O cuscuz é o prato nacional da Tunísia e está presente em todos os estabelecimentos.
Comemos peixe fresco, bebemos vinho tinto tunisiano, olhando as luzes de Túnis ao longe e a escuridão do mar. Se o tempo estiver bom, escolha uma mesa na varanda e aprecie a vista do Golfo de Túnis.
O restaurante já alimentou barrigas ilustres, como Mme Chirac e a princesa da Tailândia.
Faça reserva pelo Facebook do Au Bon Vieux Temps.
Demos uma volta pelas ruelas silenciosas antes de voltar para o hotel. Não deixe de caminhar pelas ruas ao anoitecer. As ruas são de paralelepípedo ou grandes pedras e a luz das luminárias amarela deixa o lugar bem aconchegante.
Sidi bou Said, a joia da Tunísia
A cidade é uma antiga vila de pescadores encravada no alto de uma falésia no Golfo de Túnis, no Mar Mediterrâneo e já foi ocupada por cartagineses, romanos e almorávidas, uma dinastia de ermitões muçulmanos.
O charme de Sidi bou Said atraiu a burguesia tunisiana desde o século XVII e era endereço preferido dos artistas internacionais e locais, entre eles o pintor e poeta suíço Paul Klee e o filósofo francês Michel Foucault no século XIX.
A cidade leva o nome de um devoto religioso muçulmano que dedicou sua vida à oração e à meditação, Abu Saïd Khalaf ibn Yahya el-Tamimi el-Béji, mais conhecido como Sidi bou Said. Virou santo e seu túmulo está no centro da cidade.
Parece uma joia árabe saída dos contos das Mil e Uma Noites. Suas casinhas brancas com portas e janelas ornamentadas figuram no material de marketing do turismo da Tunísia.
Predominantemente azuis, mas também amarelas, verdes e vermelhas, as cores das portas identificam casas particulares (as duas primeiras) e, as duas últimas, as casas do governo. As linhas arquitetônicas e decorativas são visivelmente andaluzes e árabes.
Essa padronização azul e branca nas construções ocorreu após o Barão d’Elanger, um artista muito rico, ter se instalado no vilarejo. Ele construiu seu palácio inspirado no Palácio de Alhambra, na Espanha e conseguiu aprovar um decreto para uniformizar a construção das residências em Sidi bou Said.
Roteiro de um dia em Sidi bou Said, Tunísia
Ao descermos a ladeira do hotel, demos de cara com a rua principal, uma lojinha ao lado da outra e o maior movimento de turistas.
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Museu Dar El-Annabi, melhores atrações em Sidi bou Said
O final desta é o endereço do Museu Dar El-Annabi, uma residência de família do século 18 e uma das melhores atrações de Sidi bou Said. Tem vários pátios internos decorados com fontes, azulejos árabes e janelas azuis. Jasmins, hennas e bouganvillas completam a paleta de cores dos espaços.
Em seu interior, as salas representam o cotidiano tunisiano e inclui sala de orações, quartos e cozinha, recepção e biblioteca.
Modelos em cera usam as vestimentas típicas ao lado de fotos originais em preto e branco, retratando as cenas do convívio familiar.
No terraço, a cidade se descortina numa vista panorâmica belíssima de 360 graus para a vila e a baía de Cartago.
Portas, janelas, gaiolas e vista panorâmica
Em seguida, caminhamos sem pressa, explorando a cidade sem mapa. Como era dezembro, estávamos no inverno, e o céu azul fica coberto por nuvens esparsas. O sol é forte, mas o vento corta bem gelado. Impossível ficar sem casaco e gorro.
Vimos espalhadas por todos os lados as icônicas gaiolas com o mesmo formato das portas. Característica típica de países com clima seco, as casas não têm telhado, apenas lajes ou abóbodas.
Melhores atrações da Tunísia: Palácio Dar Ennejma Ezzahra
Continuamos rua abaixo até chegar ao Palácio Dar Ennejma Ezzahra, inspirado no palácio de Alhambra.
Construída entre 1912 e 1922 pelo patrono das artes, franco-americano, Barão Rodolphe d’Erlanger e sua esposa italiana, é uma das preciosidades da Tunísia..
Extravagância árabe em Art-Deco, é um pedacinho do tempo preenchido com entalhes lindos, pinturas impressionantes e a incrível coleção de gramofones e instrumentos musicais. O barão foi grande responsável pelo revival da música tunisiana tradicional e escreveu um tratado sobre sua história.
Toda decorada por dentro, mistura elementos andaluzes, espanhóis, italianos e desenhos marroquinos e tunisianos na madeira.
Um guia local nos acompanhou com sotaque francês carregado. Pena que é proibido fotografar o interior. Mas as fotos externas não deixam nada a desejar!
Aberto a partir das 9h, sugiro visitá-lo logo pela manhã, porque os horários de fechamento variam conforme a estação, às 15h, 17h e 18h. O ingresso custa 5 mil dinares.
Café des Nattes, melhor café de Sidi bou Said
Paramos para descansar no Café des Nattes, o café mais famoso de Sidi bou Said. Fica na entrada da cidade antiga e está aberto desde o início dos anos 1900. Faça como a tradição, tome um chá de hortelãs frescas bem quente e sinta o sabor e a fragrância mudarem enquanto a bebida esfria. A decoração do interior é linda.
Ali perto, lojinhas chiques vendem joias de prata e um variado artesanato.
Desde 1978, Sidi bou Said integra a lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, junto com Cartago, cujas ruínas podem ser visitadas no mesmo dia. Foi o que fizemos e conto isso em outro post.
Viaje mais: Patrimônios da Unesco para conhecer em suas viagens
Sidi Bou Said, hotéis onde ficar
Com sofisticação
La Villa Bleue é um hotel -boutique na falésia e oferece 13 suítes com vistas maravilhosas do Golfo de Túnis. Diárias a partir de 300 dólares. Veja as melhores tarifas e reserve aqui.
Confortável e justo
O Hotel Bou Fares é um hotel simples com 10 suítes, mas charmoso e aconchegante, a poucos metros do Café des Nattes. Quarto pequeno todo coberto de azulejos coloridos e teto abobadado, tem ar condicionado e oferece café da manhã à francesa. Diárias a partir de 90 dólares. Veja as melhores tarifas e reserve aqui.
Dicas de insider by Adriana Lage
Um passeio bacana é andar ao léu pelas ruelas que rasgam a cidade e que descortinam a cada esquina um novo cenário.
Outro é tomar chá de menta no Café des Nattes ou no Sidi Chebaane enquanto o sol mergulha nas águas verde-esmeralda do Mediterrâneo.
A pequena praia ao lado da marina é perfeita para relaxar. Desça os 365 degraus da vila para vistas maravilhosas entre eucaliptos e pinheiros.
Não deixe de ver o pôr do sol em Sidi Bou Said. É um dos mais lindos de toda a Tunísia. E romântico, principalmente se você lembrou de trazer a garrafa de vinho e duas taças para celebrar a vida!
Informações atualizadas em agosto de 2017.
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E você, já visitou Sidi bou Said, Tunísia? Tem dicas de lá? Conte para nós nos comentários abaixo.
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O artigo Sidi bou Said, Tunísia, a cidade azul e branca no Mediterrâneo você leu primeiro aqui no A Camminare.
Tags: o que fazer na Tunísia – cidades da Tunísia – Tunísia turismo – o que fazer em Sidi bou Said – roteiro na Tunísia
Foto de capa Angela Manta.
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